As Fronteiras do Eu
A alienação que hoje se vive em relação ao próprio corpo, ao Self, ao Outro e à natureza é preocupante, e constitui uma das principais causas do aumento exponencial da solidão, do esgotamento, da depressão e de estruturas borderline e narcisistas. A falta de limites é uma realidade a que assistimos diariamente devido ao excesso de estímulos e de incitação ao consumo imediato, originando uma baixa resistência à frustração, elevados níveis de ansiedade e perda de criatividade.
O desejo de viver nasce connosco, na nossa pélvis, e projeta-nos em direção ao mundo e aos outros. Nesse movimento, precisamos de ser confrontados com os limites da nossa ação, fronteiras que nos protegem contra o perigo da omnipotência.
A contenção e a autorregulação são dois temas fundamentais, sem os quais será impossível direcionar a consciência e a força para a criação de uma dança integrada. Significa isto um equilíbrio entre os nossos impulsos vitais e a intenção criadora.
O movimento que nasce da autorregulação é inteligente, capaz de viajar por diferentes qualidades e dinâmicas, sem perder o brilho da espontaneidade. Força e flexibilidade atuam em conjunto, gerando fluidez.